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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Nota de pesar pelo falecimento do cinegrafista Santiago Andrade

O Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) se solidariza com a família e os colegas do cinegrafista Santiago Andrade, 49 anos, da TV Bandeirantes, que sofreu morte cerebral na manhã desta segunda-feira, 10. O profissional foi atingido na cabeça por um rojão, na última quinta-feira, 06, enquanto registrava um confronto entre manifestantes e policiais, durante protesto contra o aumento da passagem de ônibus, no Centro do Rio de Janeiro. Andrade foi submetido a uma cirurgia para reparar afundamento de crânio. Desde então, estava em coma induzido.

O Sinjor-PA repudia veementemente mais este lamentável fato contra um profissional da imprensa no exercício de seu trabalho. Todos os dias estes trabalhadores vão para as ruas e enfrentam rotinas exaustivas, alguns se expõem a situações perigosas, muitas vezes são hostilizados por manifestantes ou policiais, e até são agredidos fisicamente.

No Pará, a situação não é diferente. Este fato está se tornando rotina na vida dos profissionais que trabalham para grandes grupos de comunicação, como fotógrafos, cinegrafistas, repórteres e até mesmo produtores. Nos últimos meses foram registrados, no Estado, vários casos de jornalistas agredidos enquanto exerciam seu trabalho.

Em agosto de 2013, o repórter fotográfico Thiago Araújo, do Diário do Pará, foi agredido ao tentar fotografar um médico que se envolveu em um acidente. Ele foi impedido de fazer o registro, por um homem, que se dizia ser cabo da Polícia Militar. Em outubro do mesmo ano, a jornalista Ticiane Rodrigues, assessora do Sindicato dos Bancários Pará/Amapá, também foi agredida em pleno exercício da sua profissão, por um cliente da agência do banco Itaú, enquanto fazia a cobertura da greve dos bancários. No mesmo mês, ocorreu um lamentável episódio de excessos cometidos pela Polícia Militar do Estado. Sem nenhum motivo, o capitão Rayol, do Batalhão de Choque, lançou jatos de spray de pimenta no rosto do cinegrafista Waldomiro Gonçalves e na jornalista Sancha Luna, que trabalham na RBATV, e também no cinegrafista Jairo Lopes e no repórter Guilherme Mendes, da TV Liberal.

Os casos mencionados evidenciam a necessidade de uma ação permanente de proteção dos jornalistas por parte dos donos dos veículos de comunicação. As empresas são diretamente responsáveis por aquilo que acontece com seus funcionários durante o trabalho. É necessário que estes veículos assumam de fato a responsabilidade sobre seus trabalhadores e, principalmente que aumentem as medidas de segurança desses profissionais.

Diante destes e de tantos outros atos de violência praticados contra nós, jornalistas, inclusive os que são ameaçados por seguirem uma linha editorial imposta por alguns grupos sensacionalistas, o Sinjor-PA também se solidariza e reafirma a defesa intransigente desses profissionais que algum dia já foram vitimas de violência no horário de trabalho. Como representante da categoria, continuaremos defendendo os direitos dos jornalistas, independentemente do meio ou órgão em que exercem a profissão.

Por último, queremos deixar claro que a nossa luta pela liberdade de imprensa, preservando nosso maior direito - o direito à vida, jamais esmorecerá. E somente unidos seremos fortes o suficiente para defendê-la.

SINDICATO DOS JORNALISTAS DO PARÁ

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