Selecione o idioma

domingo, 31 de agosto de 2014

Sinjor-PA vai integrar Comissão Estadual da Verdade no Pará

O Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) é um dos nove integrantes escolhidos para compor a Comissão Estadual da Verdade do Pará, que tem a finalidade de investigar os casos de tortura, mortes e desaparecimentos durante o regime militar no Pará. A Comissão será instalada oficialmente nesta segunda-feira, 1º, pelo governador Simão Jatene, em cerimônia às 18h, no Espaço Cultural São José Liberto, em Belém.

A abertura do evento contará com a presença de Maria Rita Kehl, (membro da Comissão Nacional da Verdade), Paulo Vannuchi (da Organização dos Estados Americanos - OEA), Nadine Borges (da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro), Adriano Diogo (Comissão da Verdade de São Paulo) e Izabel Cambraia (Comissão da Verdade do Amapá).

O Sinjor-PA será representado pela jornalista Franssinete Florenzano, que se juntará aos outros oito componentes: Renato Theophilo Marques de Nazareth Netto, da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos – Sejudh; João Lúcio Mazinni da Costa, do Arquivo Público Estadual; Ana Michelli Gonçalves Siares Zagalo, da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social – Segup; Carlos Alberto Barros Bordalo, da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa; Edígio Machado Sales Filho, da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará; Marco Apolo Santana Leão, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos – SPDDH; Paulo Cesar Fonteles de Lima Filho, do Comitê Paraense pela Verdade, Memória e Justiça; e Jureuda Duarte Guerra, do Conselho Regional de Psicologia-PA/AP.

Vale lembrar que o Sinjor-PA já havia criado a Comissão da Verdade com o objetivo de investigar os casos de violação e agressão ao trabalho de jornalistas paraenses, no período de 1964 a 1985, por órgãos da repressão política dos governos militares. Os trabalhos foram realizados pelos jornalistas Franssinete Florenzano (presidente), Emanuel Villaça, José Maria Pedroso (Piteira), Priscila Amaral e Luciana Kellen. A iniciativa recebeu o apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), por meio da Comissão Nacional da Verdade dos Jornalistas.

Para Florenzano, merece ser destacado o ineditismo da iniciativa do governador ao conceder assento ao Sinjor-PA. Ela ressaltou que o Sindicato foi um dos poucos – e mais atuantes – sindicatos da categoria que criou a sua Comissão da Verdade. “O Sindicato dos Jornalistas do Pará é o único do País a realizar audiências públicas, com transmissão on line, documentadas em notas taquigráficas e gravação audiovisual”, afirmou.

Entre os documentos apresentados, constam a relação de profissionais vítimas de perseguição, demissão ou impedimento de trabalhar, exílio, prisão, tortura ou morte, data e local dos acontecimentos, identificação de possíveis perseguidores ou torturadores, resumos dos depoimentos e entrevistas, dentre outras informações.

Jornalistas que atuavam tanto na chamada grande imprensa quanto em jornais alternativos como o “Resistência”, editado pela Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, foram mencionados durante os depoimentos dos profissionais que viveram este período. Segundo a presidente do Sinjor-PA, Roberta Vilanova, o Sindicato já enviou todo o material para compor o relatório da Fenaj e fará parte do relatório da Comissão Nacional da Verdade. “Este documento também será peça importante para ajudar no processo de investigação da Comissão Estadual da Verdade do Pará”, disse Vilanova.

No dia seguinte à instalação da Comissão, das 8h às 14h, os membros participarão de um seminário aberto ao público sobre as questões da ditadura militar na Amazônia, no auditório do Hangar - Convenções e Feiras da Amazônia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário